domingo, 25 de maio de 2008

Por Márcia Costa

virada_literatura

Marcelo Ariel, Flávio Viegas Amoreira, Marcelino Freire, representante da Secult-Santos, Marçal Aquino e Índigo

Flávio Viegas Amoreira:

"Escritor não é quem edita livro. Existe um gene pelo interesse cultural, que pode ser estimulado. Dentro desse gene, existe a erotização da palavra, que é o que fazemos. Literatura é curtição da linguagem.

Com cinco anos tinha meu caderno de anotações, anotava compulsivamente o que via. Estes fragmentos se tornam contos, romances, poemas. O primeiro livro foi Maralto, o segundo, e Sampoema e....

Literatura é o que fica. Da geração 90, destaco Marcelino Freire, Marçal Aquino e Nelson de Oliveira, que está levantando a geração 00, os transgressores.

Literatura é o patinho feio das artes. Lourenzo Mutarelli só ficou famoso com seu livro que foi levado para o cinema, O Cheiro do Ralo.

A internet me ajudou muito. O escritor precisa participar de revistas de literatura, participar de concursos literários, encontrar caminhos alternativos."

Marçal Aquino

"Minha leitura de referência na infância foram os quadrinhos. Não gostava muito de livro que tinha pouca figura. Lia Monteiro Lobato, Reinações de Narizinho, aí me apaixonei. Ele me provoca a vontade de ler. Publicou cerca de 12 livros. Nasci numa fazenda do interior. Vi TV com 15 anos. Vi cinema antes da TV. Minha casa era tão pobre que não tinha nem lista telefônica.

Meu primeiro livro foi A depilação da noiva no Dia do Casamento. Alguns dos meus livros se tornaram filmes. Fiz sete longas, cinco com Beto Brant.

Graciliano Ramos me fez ter vontade de ter livros. Gosto muito de São Bernardo. O livro contava como se escrevia um livro. Em Graciliano, me interessa a limpeza de linguagem. O livro mais “pesado” que já tive em mãos foi o do holandês Cees Nootebom, em que o Brasil é mencionado.

Ninguém pode impedir você de ser escritor. Um não significa apenas não."

Índigo

"Minha mãe era pão-dura, mas liberava a compra de livros. Meu clássico é o Senhor das Moscas, de William Gold, autor inglês que li aos seis anos. A história tem uma relação com o Lost, fala de um grupo de meninos ingleses que caem numa ilha e descobrem que lá não tem adulto. Eles saíram de colégios rígidos para a vida como selvagens, tomados pela fantasia e medo.

O escritor novo deve procurar uma editora que tem a ver com a sua palavra."

Marcelo Ariel

"A infância é inacessível para mim. Tentei ler o Lobo da Estepe aos 8 anos e não consegui, por isso li a Ilha Perdida. Mas a criança que leu o livro A Ilha Perdida está morta.

Moby Dick para mim tem o mesmo valor que a Bíblia.

Ou você escreve ou morre. O que significa pra você escrever? Vem do fundo da minha alma."

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