sábado, 6 de setembro de 2008

Por Márcia Costa

A dança não atrai apenas por seus movimentos: sua história também leva o público se apaixonar por uma arte que nasceu junto com o homem. Passeando pela Renascença, quando se codificou a linguagem da dança cênica, até chegar à dança contemporânea, a palestra “A dança no tempo”, ministrada por Inês Bogéa em várias cidades do estado de São Paulo, procura estimular o conhecimento do universo da dança e criar uma aproximação do público com o cotidiano da São Paulo Companhia de Dança, da qual Inês é diretora artística-adjunta.

O grupo foi criado em janeiro pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. Em sua turnê de lançamento do espetáculo Polígono, a companhia esteve em Santos em agosto, com apoio do Sesc da cidade. A proposta é tornar seu repertório, que inclui obras dos séculos XIX, XX e XXI - de grandes peças clássicas e modernas da dança contemporânea -, acessível ao grande público por meio de espetáculos, programas educativos e de memória e registro.

Seguindo a proposta da companhia, de trabalhar o repertório da dança num espectro amplo, a pesquisadora de dança no encontro realizado no Sesc Santos abordou, de maneira concisa, a história da dança nas suas principais vertentes: clássica, moderna e contemporânea, procurando mostrar as diferentes maneiras de como o corpo se organiza no espaço e no tempo. Além de citar biografias de dançarinos importantes, Inês lembrou elementos marcantes da dança, como o tutu e a sapatilha.

Antes do diálogo, porém, a movimentação corporal: Inês convidou a platéia formada de estudantes e educadores de escolas públicas e privadas, instituições e ONGs, entre outros interessados no tema, a alongar o corpo e a dançar. E lançou a seguinte proposta, que aponta para o papel desta arte como fruição e disciplina: “Em uma sala de aula bagunçada, experimentem fazer os alunos dançarem”. O público que compareceu ao evento recebeu um DVD com o making off do espetáculo e um livreto com o resumo da palestra ministrada por Inês, material de apoio para educadores e estudiosos da dança.


Making off do espetáculo

Polígono

Interpretado por 37 bailarinos, Polígono é uma criação do italiano Alessio Silvestrin com colaboração dos coreógrafos brasileiros Ricardo Scheir e Maurício de Oliveira que sintetiza diferentes gramáticas coreográficas em um trajeto mítico e não-linear da dança clássica à contemporânea. Silvestrin elaborou a dramaturgia da cena a partir da Oferenda Musical de Johann Sebastian Bach (versão revistada por Het Gollectief), em estruturas dinâmicas que refletem na dança as estruturas da construção musical. Inês caracteriza o espetáculo pela reunião do passado e do presente, do clássico e do contemporâneo, reunindo diversos planos de um mesmo espaço.

Entre 4 e 7 de setembro, o espetáculo será apresentado em São Paulo, no Teatro Sérgio Cardoso. Em novembro, a Companhia leva ao público seu segundo programa, que incluirá as remontagens Les Noces, de Bronislava Nijinska, e Serenade, de George Balanchini, além de uma peça inédita de Paulo Caldas.

0 comentários:

Postar um comentário

Os comentários ao blog serão publicados desde que sejam assinados e não tenham conteúdo ofensivo.