terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Flávio Viegas Amoreira

A questão é que fazer quando não estiver por aqui a plenitude iminente e quase plenitude. tensão sem espera/ saber da plenitude / da última convicção da quimera e aguardamos que Oceano sem ondas e Mar sem esporas? Agraciados somos com a vigília enquanto o mundo não sucede embriaguez e sonho profundo : lanço-me ao dilúvio ainda que haja cais quando ainda os navios cortam ruas com suas artérias de zinco : breu da madrugada encardida de estanho / a proa embrica a proa altura dum edifício rareado de nuvens / o ar movediço penetra as narinas azeitando a Alma de vontade de bordo e viagem. terei amor com pugilista / fornicarei com xeiques dos trópicos : inventaremos os que acompanham o idioma das vagas que não conjugam verbos que não sejam infinitivos. Poetas e navegantes são raros que circundantes do vazio dentro prá fora : subsumo / transito, beber tornou-se cálice onda esnobo a órbita dos sentidos, a mão e o punho desvelados: o halo é substância extrema. Deus me deu amor sem gentileza: subjugai toda certeza viandante : a verdade é um veleiro sem lastro diante precipício de indizíveis prazeres e horrores : nem fogo ou vento / remoinho num clarão desprovendo-se de rumo e propósito: superfície sem esquadro / dança sem partitura : brumoso audaz, rompo e convoco leiam o poema das horas sem mais fisionomia, o ponteiro sem lógica.

0 comentários:

Postar um comentário

Os comentários ao blog serão publicados desde que sejam assinados e não tenham conteúdo ofensivo.