terça-feira, 14 de abril de 2009



Flávio Viegas Amoreira

Sou caótico demais para ser desligado / plugado numa tomada avessa / há um consenso no tempo – nulidades, confusão, incerteza, consentimento que aconteça, crueldade lógica entre 2 astros desorbitados em disputa: passado e longe / desaprendemos quando sentimos: o vazio em meu peito é o lugar incomum de toda poesia / o segredo de viver inumeráveis personagens sendo uma só frágil estrutura. Acorde / semiletra /códice. Dobradura / destarte. Poema-intento-invento-desdobramento. Seguia pela chuva fina enorme sobretudo negro cigarro incerto pendendo da boca úmida entumescida... os sapatos destacados da calça / franzia o rosto lívido era uma sensação intensa que se debruçava na direção do meu corpo / abstraia, divagava, indagava com ênfase de orgasmo: trompete, sustenido, violão solo. Cole Porter esvoaçante na garoa flutuante... O homem que espreito pelo desejo envolvido em seu silêncio sem sonho refletia no contraponto de nosso desconhecimento aparente. Tive nessa noite de anjo / enorme vontade de lhe bater da frente desculpa absurda de beijar-lhe na face / sem intenção momentânea o motivo que pensava, eu faria! Ato de quem não mais percurso esvoaçava na canção da esperança no dia / o retorno da aurora.

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