terça-feira, 2 de agosto de 2011



Após ter sido lançada em São Paulo, Rio de Janeiro, na Off-Flip em Paraty, em Porto Alegre, em Brasília e em Salvador, a coletânea Geração Zero Zero, seleção de 21 escritores representativos da literatura da primeira década do século XXI, será lançada em Santos no sábado (06), a partir das 18 horas na Livraria Martins Fontes, no Gonzaga, o que marca a entrada da tradicional livraria no calendário literário da cidade. Até as 21 horas, haverá autógrafos dos autores e a participação de Nelson de Oliveira, organizador do volume, assim como dos livros que reuniram a Geração 90.

Lançado pela Editora Língua Geral, o livro é aberto com quatro contos do escritor santista Flávio Viegas Amoreira, deste blog, presente no lançamento na cidade. Rastreando 150 nomes que foram lançadas na década, Nelson de Oliveira chegou a 21 autores que considera os mais representativos da Novíssima Literatura Brasileira. São ficcionistas com alta densidade urbana, temáticas ousadas e formas inovadoras de construção. Autores que, além de livros, utilizam as novas mídias, como sites, blogs e revistas literárias online como forma de expressão e divulgação de seus trabalhos.

Serviço:
DIA 6 DE AGOSTO: GERAÇÃO ZERO ZERO
LIVRARIA MARTINS FONTES
AVENIDA ANA COSTA, 530 - SANTOS
EDITORA LÍNGUA GERAL

Pós escrito
Em 16 de junho, a Revista Pausa publicou a seguinte postagem sobre o livro:

Geração Zero Zero, a literatura da década

Flávio Viegas Amoreira, escritor, poeta, jornalista e um dos integrantes deste blog, é um dos 21 autores que fazem parte da coletânea Geração Zero Zero, organizada por Nelson de Oliveira com o propósito de montar uma seleção do que de melhor vem sendo escrito na literatura brasileira nesta primeira década do século XXI. O lançamento ocorre na próxima terça-feira (21), na Livraria da Vila, em São Paulo, na Rua Fradique Coutinho, 915, com previsão de lançamento em Santos em agosto.

Apesar das coletâneas serem sempre um espaço arbitrado pelo organizador, no qual falam alto as afinidades literárias (não disse afetivas), Nelson de Oliveira busca "oferecer aos leitores uma porta aberta para o que de melhor vem sendo feito na literatura brasileira deste início de século. Para textos de que eles possivelmente irão gostar, mas ainda não sabem que existem". Oliveira é também o organizador da Geração 90, livro que promoveu nomes então em ascenção como Marçal Aquino, Marcelino Freire, Luiz Ruffato, Rubens Figueiredo, André Sant’Anna e Joca Reiners Terron.

Para Flávio, com o lançamento "abre-se uma geração em flor de pergaminho". Sem fazerem parte de um grupo determinado estética ou politicamente, o autor afirma que o que os reúne é a "inquietude na forma e experimento no conteúdo". Ele abre o volume com quatro contos. Além do autor santista (por escrever a partir de Santos), estão na coletânea Marcelo Benvenutti, João Filho, Whisner Fraga, Andréa del Fuego, Daniel Galera, Marne Lúcio Guedes, Maria Alzira Brum Lemos, Ana Paula Maia, Tony Monti, Lourenço Mutarelli, Santiago Nazarian, José Rezende Jr., Sidney Rocha, Carola Saavedra, Paulo Sandrini, Walther Moreira Santos, Carlos Henrique Schroeder, Paulo Scott, Veronica Stigger e Lima Trindade. Todos, com a exceção de Mutarelli, com narrativas inéditas.

Nelson de Oliveira
O organizador do livro é ele também autor. Nelson de Oliveira nasceu em 1966, em Guaíra (SP). Escritor e doutor em Letras pela USP, publicou mais de vinte livros, entre eles Poeira: demônios e maldições (romance, 2009), A oficina do escritor (ensaios, 2008), Ódio sustenido (contos, 2007), A maldição do macho (romance, 2002, publicado também em Portugal) e O filho do Crucificado (contos, 2001, também lançado no México). Em 2001 organizou a antologia Geração 90: manuscritos de computador e, em 2003, Geração 90: os transgressores. Dos prêmios que recebeu destacam-se o da Fundação Biblioteca Nacional (2007), duas vezes o da Associação Paulista de Críticos de Arte (2001 e 2003), o da Fundação Cultural da Bahia (1996) e o Casa de las Américas, também duas vezes (1995 e 2011).

Comentei seu romance O oitavo dia da semana (2005) no pequeno ensaio As cores e os cheiros do tempo presente, onde escrevi:

N’ “O Oitavo Dia da Semana”, romance desse 2005 que já parte, Nelson de Oliveira nos leva a uma megalópole brasileira cujos habitantes mantêm fresca memória de uma guerra. É uma Rio de Janeiro apaulistanada ou uma São Paulo que desceu a Serra e tomou toda a Baixada. Essa hibridização torna o mar uma referência narrativa no oitavo dia da semana, o dia em que “o diabo tentou destruir o que Deus havia criado”. É o dia em que um apagão derruba todo o sistema de distribuição de energia entre os estados do Sudeste, Sul e Centro-Oeste, além do Distrito Federal, e interfere na resolução de um drama familiar. As histórias se entrelaçam como o tecido urbano...

É por causa da forma como a ficção escrita atualmente nos mostra as tais cores e cheiros do presente que não podemos ignorar o que escrevem nossos contemporâneos. Não sabemos quais deles se tornarão clássicos, ou ao menos quais terão um lugarzinho nas estantes de livros do futuro, mas não lê-los, ignorá-los, é um pecado literário. Mais que isso, é fechar os olhos para as formas artísticas que representam, refletem e deformam nossa sociedade, dando-nos a oportunidade de conhecê-la melhor.

Referência:
Nelson de Oliveira (organizador). Geração Zero Zero. Fricções em Rede. Rio de Janeiro: Língua Geral, 2011.






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