quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Bogdan Dziworski



Por Matheus Arcaro


Creio na incompletude,
nos hiatos
a serem preenchidos pelos sorrisos,
no vão entre as verdades.

Creio na insustentabilidade
dos juramentos,
nas saias justas,
na águia que rasga
as nuvens sem motivo.

Creio na lágrima do mendigo
e no sonho erótico da freira.

Creio que
lembrança e imaginação
trocam fluídos corporais.
Que o presente
é uma dança de cores.

Creio no sistema
solar que existe em cada abraço.
Em corpos nus
suados
em transfusão de potências.

Creio que os milagres
moram
na umidade
das virilhas.

Creio em deus como imagem
do homem e da mulher.
E de todas as nuances entre esses polos.
Deus como um ser tão verossímil
quanto o curupira que nasce
na boca de uma velha bordadeira.

Creio na santidade da puta,
nas memórias póstumas de Brás Cubas.

Creio nas palavras sujas
como alvejantes do mundo.

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